Há, nos
E.U.A,
... Ig
sempre sendo um homem bom:
Com
Merrin, a namorada perfeita!
O irmão
perfeito!
O amigo
perfeito!
Até que
a chuva chega...
E Merrin
é assassinada!
Ig cai…
e acorda:
Sendo o
principal suspeito…
e com
pontas de chifres rasgando a pele de sua testa à lhe trazer a verdade!
Então,
um ano depois, com as investigações estagnadas, Ig desperta: sujo, bêbado… e
com, LITERALMENTE, um par de chifres brotando-lhe da testa.
Somente
aí o lado diabólico do autor Joe Hill, neste seu segundo romance, desperta.
Ninguém consegue ver as protuberâncias encimando os olhos de Ig. Longe disso! Como se movidos por um tipo de
transe sobrenatural, cada uma das pessoas que cruzam o caminho de Ignatius, ao
verem seu rosto, passam a revelar seus maiores segredos.
Taras…
Vícios…
Desejos…
Manias…
VERDADES…
Todos
começam a falar o que pensam sobre Ig e suas vidas. Ignatius vê que tem em mãos
exatamente o que precisava: o método de descobrir quem matou Merrin. Então ele
corre… realiza todo o trajeto ao longo da cidade, buscando confrontar aqueles
que, para ele, possam ter tido motivos para mata-la. E a trama se adensa à
medida que ele interroga um a um e os segredos são revelados... Mas existe um
“porém” em tudo isso: Ig não se lembra do que estava fazendo quando Merrin foi
morta. Ele simplesmente “apagou”. E, nós leitores nos questionamos:
O que acontecerá quando Ig se olhar no espelho?
O que acontecerá quando Ig se olhar no espelho?
Então,
ele se faz a mesma pergunta…
Joe Hill
dá um novo fôlego ao que acontece quando brincamos, sem perceber, com as
Trevas. Quase uma releitura da peça Faust (1589), do dramaturgo inglês
Christopher Marlowe, onde conhecemos o desiludido Dr. Fausto que faz um pacto
com o demônio Mefistófeles, em que negocia viver vinte e quatro anos sem
envelhecer, assinando o contrato com seu sangue. Para firmar o contrato, Fausto
negocia em troca sua própria alma.
Ignatius, no entanto, não realiza o pacto propriamente dito. Em determinado momento da narrativa, ele conta sobre uma casa da árvore perdida na floresta. Nesse lugar, o leitor esperto compreende os objetos que contribuíram para que Ig se encontre com os chifres e possa realizar o seu principal desejo: saber a verdade sobre o que aconteceu com Merrin.
Ignatius, no entanto, não realiza o pacto propriamente dito. Em determinado momento da narrativa, ele conta sobre uma casa da árvore perdida na floresta. Nesse lugar, o leitor esperto compreende os objetos que contribuíram para que Ig se encontre com os chifres e possa realizar o seu principal desejo: saber a verdade sobre o que aconteceu com Merrin.
O Pacto
(Horns, no título original em inglês), apresenta o progresso narrativo de Joe
Hill. A construção fraca de enredo ficou para trás em A estrada da Noite
(2007), indo se consolidar em Nosferatu (obra já resenhada pelo Marcador
Expresso).
É
doloroso acompanhar e descobrir as verdades junto com Ig. Mas sentimos ser
necessário e por isso continuamos ávidos até o fim. A narrativa flui de modo
saboroso... e irrefreável em diversos momentos nos quais não podemos largar a
obra até sabermos o quanto mais fundo Ig consegue aguentar a próxima ferida.
Em 2013,
O Pacto ganhou uma versão cinematográfica que recebeu o título de O
Amaldiçoado, onde Ig é interpretado pelo ator Daniel Radcliffe e Juno Temple
ficou com o papel de Merrin. Na época, quando soube que fariam uma versão do
livro, e que nesta Ig seria interpretado por Daniel, dobrei o nariz. No
entanto, em determinado momento da narrativa, enquanto o assistia, vi que não
poderia ser diferente: Daniel finalmente havia, ao menos ali, apartado-se da
marca de Harry Potter, tornando-se Ig, o Ignatius e seus chifres.
Assim, em sua trama, com as de seu pai Stephen King, Joe Hill expos o estigma do que costumamos sempre diferenciar entre Bem e Mal, mostrando que, na vida, as coisas não são sempre tão fáceis assim de serem separadas.
Assim, em sua trama, com as de seu pai Stephen King, Joe Hill expos o estigma do que costumamos sempre diferenciar entre Bem e Mal, mostrando que, na vida, as coisas não são sempre tão fáceis assim de serem separadas.
Por
Luvanor N. ALves
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